Sem plágio, por favor

Em tempos de internet fácil e acessível a tentação é grande. Tem gente plagiando de todo jeito. Tem plágio e plagiadores para todos os gostos. O professor pede e orienta que se faça uma pesquisa e lá vão os alunos para o Ctrl C, Ctrl V. Pronto, pesquisa feita numa colagem descarada. Agora é só curtir com a galera e aguardar a nota.

Um exemplo bem atual é usado pela maioria diariamente, acontece no facebook. Milhares estão acessados, conectados, navegando. Até que um post, uma frase ou uma foto salta aos olhos do usuário captando sua atenção e interesse. Aí é hora de escolher entre as ferramentas que o face disponibiliza: curtir, comentar ou compartilhar. Simples, fácil, rápido, bastando um clic e umas poucas tecladas. E mesmo assim, tem muita gente que opta pelo plágio.

No lugar de curtir, comentar ou compartilhar, a pessoa resolve copiar e publicar em sua time line conteúdo copiado como se fosse uma ideia criativa própria. Existem, lógico, aqueles que são equilibradamente éticos, avisam que vão copiar e dão o devido crédito em sua postagem, tudo normal, justo e correto. Ou seja, em outras palavras, copiar sem pedir ou creditar a ideia ao seu autor é plágio, não tem outro nome que se encaixe tão bem.

E o que é plágio? Será que é tão ruim assim a prática? Que mal há? Qual o problema em plagiar? Prejudico alguém em plagiar? Leia a explicação da palavra e responda você mesmo estas perguntas: “Apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual etc. produzido por outrem.” Enfim, como se diz popularmente, plagiadores são especialista em “fazer bonito com o chapéu dos outros”.

Das redes sociais o plágio se espalha pelas diversas áreas da vida. Uma coisa é admirar e respeitar alguém, outra bem diferente é plagiar. Nas redes sociais é relativamente fácil descobrir, identificar e lamentar pelo plágio que é “normalmente feito e aceito”. Mas nos convívios sociais, espaços nos quais o escudo digital não protege nem acoberta ninguém, o plágio fica um pouco mais complicado.

Nos relacionamentos pessoais, plagiadores de pessoas recebem títulos bem mais duros: invejosos, repetidores, produtos piratas, meras cópias do original. E só. E é triste. Afinal, únicos e especiais fomos concebidos pelo Autor da Vida. Nenhum ser humano é 100% igual a outro. Temos singularidades exclusivas e, se as temos, certamente Deus teve um propósito de nos ter feito como fez. Certamente não foi para sermos meros papagaios sociais, pois ao contrário de todos os outros animais, nos dotou de racionalidade, sentimentos e sensibilidades livres e com o poder de decidir e escolher.

Vejo plagiadores nas empresas, escolas, famílias, turmas, amigos, igrejas. Aliás, em termos de igreja, conheço algumas que seus pastores são a cópia literal de seu líder. O “sede meus imitadores como eu sou de Cristo” de Paulo tem sido pessimamente interpretado nos dias atuais. Deus nos criou para a originalidade, para o novo, para o criativo, para a reflexão, para a descoberta, mas na boa, não para o plágio.

Voltando ao início do meu texto, não é incomum aqueles que se acostumaram ao plágio questionarem: qual o erro em pegar uma frase ou colar um texto num trabalho ou no meu face?… Pode ser que não prejudique a ninguém, pelo menos a princípio. Mas definitivamente copiar sem creditar a autoria não é legal, seja esse “legal” uma simples gíria coloquial ou um termo da lei que caracteriza ilegalidade. Mais, acostumar-se como sendo a atitude do plágio algo normal, pode de fato conduzir a plágios muitos mais complexos, danosos e cheios de armadilha para a própria vida. Valores não estão ali para serem derrubados, mas para serem respeitados e praticados, só assim terão o devido valor que Deus confere a eles.

Sabe, Deus nos convida a reflexão todos os dias. Não temos como negar, somos o resultado das nossas observações e conexões que fazemos automaticamente. Imagine se investirmos tempo para meditarmos e nos concentrarmos nas mensagens que todos os dias a vida nos dá? Cada um de nós carrega em si potenciais inimagináveis, deixar-se vencer pela facilidade que o plágio oferece não é, na verdade, facilidade, é, isto sim, uma cilada.

Termino com uma frase que li creditada a Jorge Ben Jor: “Se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só por malandragem.” Faça a opção por caminhos originais, Deus tem um plano original e único pensado somente para você.

Paz!

Por Pr. Edmilson Mendes

 

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