O que a “Copa das copas” me ensinou

“Acabooou! É Hexa!”. Talvez fosse esse o grito que esperávamos ouvir, para quem assistiu (na Globo, é claro. Eu assisti na Band!) a Copa do Mundo! Só que não. Quem levou a melhor foi a Alemanha por 1 a 0 na Argentina. O Maracanã vibrou, torceu, vaiou nossa Presidenta, viu o Cristo Redentor trajado com as cores da bandeira alemã. Mas, e agora? A Copa acabou. A torcida foi embora. O que restou? Para mim, dentro muitas lições aprendidas, trago cinco ensinamentos que a “Copa das copas” me legou.

Em primeiro lugar, futebol não é tudo na vida!

Mas que mexe com o coração, isso é verdade. Não que precisei desta Copa para pensar nisso, nem da derrota do Brasil para a Alemanha para entender tal verdade. Não!

A vida segue depois de um jogo, ganhado ou perdido, porque a vida não dura os 90 minutos, mais dura geralmente mais e por isso ela é mais que qualquer competição esportiva.

A emoção de uma Copa, no dito “país do futebol” causou em muitos de nós os mais diversos sentimentos. Eu comecei a pensar na Copa por uma questão política. Foram nas manifestações do ano passado que me vi mais confrontado com os gastos que saíram das previsões tanto da FIFA como do Governo Brasileiro. Isso justamente me leva a um segundo ensinamento.

Em segundo lugar, os gastos com a Copa no Brasil nos ensinam a pensar sobre como investimos nossos recursos!

Foram mais de 30 bilhões de reais. A revolta da maioria dos brasileiros nas manifestações surgiu pelo histórico quadro crítico tanto da educação como da saúde. São anos de abandono em várias áreas importantes carentes de investimento, que tiveram sua substituição pelos investimentos no mundial de futebol.

Agora o que restam são estádios gigantescos e belos, com altos investimentos de manutenção e alguns deles, como o de Manaus e Brasília, sem perspectivas de serem de fato usados em sua capacidade total e sem grandes eventos para sediarem.

Além dos estádios, obras inacabadas e mal feitas, como o viaduto que desabou em Belo Horizonte, tirando a vida de pelo menos duas pessoas, aliás, podemos até dizer que tivemos “mártires” nessa Copa, foram oito operários mortos na construção dos estádios. Ainda houve pessoas que ficaram sem casas devido à construção de empreendimentos.

É claro que algum legado fica daquilo que foi construído e funcionou, mas temos um planejamento mal elaborado histórico que norteia as planilhas dos governos deste país. Não é coisa só do atual governo, mas parece está impregnado no estilo de governo de nossos políticos.

Me lembrei até daquele versículo que está num contexto de salvação, mas nos faz pensar até que ponto os gastos da Copa vão trazer de fato benefícios à nós: Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz? (Isaias 55:2a). Tanto socialmente como individualmente precisamos pensar em como investimos nossos recursos.

Em terceiro lugar, o jogo de bola é coletivo não individualista!

Saindo de um lado mais político e financeiro, pensemos na competição em si. A mídia tem sempre valorizado as estrelas dos times. O problema é que futebol embora seja feito de bons jogadores é um esporte coletivo. Deve ser um “time de estrelas”! Mesmo diante de suas competências: Neymar Jr., James Rodriguez, Luis Suárez, Messi e etc., não são o time todo!

Eles são exemplos de grandes jogadores, mas não suplantam o time todo. E por falar nas estrelas dos times, achei interessante um comentário de um “amigo” do Facebook, que escreveu sobre não girar nossa vida em torno dessas personalidades. Embora Neymar seja um grande jogar e David Luiz que foi um exemplo em campo, cada pessoa tem seu valor e capacidade, não podemos trocar nossa vida pelo excesso de admiração em torna desses craques.

A vitoriosa Alemanha mostrou a importância da coletividade, do entrosamento, do trabalho a longo prazo e da simpatia. O que lhes trouxe a final da Copa, e a vitória por 1 a 0 em cima da Argentina, que também mostrou um bom futebol por chegar na última partida, foi o empenho coletivo. Podemos dizer que a Copa do Mundo 2014 conquistada pela Tetracampeã Alemanha é uma Copa que vem sendo jogada á mais de seis anos.

Isso nos ensina a sermos mais unidos como cristãos e juntos trabalharmos no “Time de Cristo” para vencermos nosso adversário (o diabo) e trazer pelas habilidades do Espírito, concedida pela graça de Deus a nós, “novos jogadores” para o “Time” mais que vencedor! (a Igreja) (1 Co 12.12-27).

Em quarto lugar, a recepção aos estrangeiros nos lembra o “mandamento da hospitalidade”.

Vale ressaltar, que infelizmente tivemos focos de exploração infantil e outros tipos de prostituição que existiram. Segundo denuncia do programa de TV “Conexão Repórter” do SBT, pacotes de viagem eram vendidos incluindo prostitutas aqui no Brasil. Embora esta triste realidade, tivemos muitas instituições, inclusive cristãs levantando a bandeira contra a prostituição infantil.

Fora isso, a recepção dos brasileiros me alegrou muito. Pensava que seria diferente. Mais graças a Deus, demos conta do recado. Com simpatia e acolhimento, os estrangeiros foram mais que recebidos, foram abraçados e respeitados.

Isso é como uma parábola para nós cristãos, que nos lembra da “doutrina da hospitalidade”, aquela que nos ensina a acolher as pessoas em nossas casas. Como em Romanos 12.13 (BV) diz: Quando os filhos de Deus estiverem em necessidade, sejam vocês os primeiros a ajudá-los. E criem o hábito de convidar hóspedes para jantar em suas casas; ou, se precisarem passar a noite, dêem-lhes pousada. E em Hebreus 13.2 (BV): Não se esqueçam de ser bondosos com os estranhos, porque alguns que fizeram isso hospedaram anjos sem percebê-lo!

Em quinto lugar, a vida segue!

A Copa acaba e acaba muito da empolgação. Mas não é preciso acabar os almoços juntos, a oportunidade de estarem reunidos e o bom humor nas redes sociais. O mundial acabou, mas a vida segue, as emoções seguem.

Podemos trazer conosco alguns sentimentos para nossa vida: se tivermos as mesmas expectativas que tivemos antes dos jogos para outras coisas da vida, como: conversar entre família, participar dos cultos no espaço em que a igreja se reúne; dos pequenos grupos e em grupos de estudo bíblicos; encontrar os amigos e etc. Estará sempre “jogando bem”!

A vida segue. A Copa só foi um grande evento. A nossa jogada na vida é o que conta. A verdade é em quem temos posto nossa esperança. Como aprendi e um livro promessista distribuído no entorno do Itaquerão, da FIFA Fan Fest e de igrejas locais, para se fazer uma grande jogada devo depositar minha fé no Salvador! É isso!

NA TRINDADE,

Andrei Sampaio Soares.

Fonte: Além Blog

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