Filhos Gentis E Atenciosos

Como educar filhos para que tornem-se seres humanos gentis e atenciosos? Richard Weissbourd e sua equipe compartilham 5 dicas importantes e essenciais! Nosso mundo clama por pessoas gentis e atenciosas. Vamos fazer a nossa parte?

1) Mostre que cuidar dos outros é uma prioridade

Por quê?

Os pais tendem a priorizar a felicidade e realizações de seus filhos sobre a preocupação que seus filhos têm com os outros. Mas as crianças precisam aprender a equilibrar suas necessidades com as necessidades dos outros.

Como?

As crianças precisam ouvir dos pais que cuidar de outras pessoas é importante, como honrar seus compromissos. Por exemplo, antes das crianças criarem um time de futebol, banda ou equipe, devemos ensiná-las a considerar as suas obrigações para com o grupo, ou amigo, e incentivá-las a resolver os problemas que possam surgir antes de desistir.

Tente isso:

– Em vez de dizer a seus filhos: “A coisa mais importante é que você está feliz”, dizer “A coisa mais importante é que você é gentil, legal, bacana, atencioso…”.

– Faça com que seus filhos mais velhos tratem os outros com respeito, mesmo quando estão cansados, distraídos, ou com raiva.

– Enfatize o carinho quando você interage com outros adultos importantes na vida de seus filhos. Por exemplo, pergunte aos professores se os seus filhos são bons membros da sua classe.

2) Dê oportunidades às crianças para a prática de carinho e gratidão

Por quê?

Nunca é tarde demais para se tornar uma boa pessoa, mas isso não vai acontecer por conta própria. As crianças precisam praticar cuidar dos outros e expressar gratidão por aqueles que cuidam deles. Estudos mostram que as pessoas que têm o hábito de expressar gratidão são mais propensas a serem úteis, generosas, compassivas e, ao também se perdoarem, elas são mais propensos a serem felizes e saudáveis.

Como?

Aprender a ser solidário é como aprender a praticar um esporte ou um instrumento. Repetição diariamente! Por exemplo, ensinar a importância de ajudar um amigo com a lição de casa ou dos afazeres diários. Aprender gratidão envolve regularmente praticá-la.

Tente isso:

– Não recompense o seu filho para cada ato de gentileza, como limpar a mesa de jantar. Devemos esperar que os nossos filhos ajudem em casa, com os irmãos e com os outros e só premiar os atos realmente incomuns de bondade.

– Converse com seu filho sobre gentilezas e maldades que ocorrem na televisão ou em histórias e sobre atos de justiça e injustiça que possam testemunhar ou ouvir falar nas notícias.

– Faça da gratidão um ritual diário na hora do jantar, hora de dormir, no carro, ou no metrô. Ensine a agradecer àqueles que contribuem conosco tanto nas coisas grandes quanto nas pequenas.

3) Expanda o círculo de preocupação do seu filho

Por quê?

Quase todas as crianças se preocupam com um pequeno círculo de familiares e amigos. Nosso desafio é ajudar nossos filhos a aprenderem a cuidar de alguém fora desse círculo, como o garoto novo da classe, alguém que não fala sua língua, o zelador do prédio ou da escola, ou alguém que vive em um país distante.

Como?

As crianças precisam aprender tanto a focar, ouvindo atentamente e atendendo aqueles em seu círculo imediato, quanto expandir sua área de abrangência, considerando as diversas perspectivas das pessoas que interagem com o seu dia a dia, incluindo aqueles que são vulneráveis. Eles também precisam considerar que suas decisões, como abandonar um time de futebol ou uma banda, podem repercutir e prejudicar vários membros de suas diversas comunidades. Especialmente neste nosso mundo globalizado, as crianças precisam desenvolver consideração pelas pessoas que vivem em diferentes culturas do que a sua própria.

Tente isso:

– Certifique-se de que seus filhos são simpáticos e gratos com todas as pessoas em suas vidas diárias, tais como motoristas de ônibus, funcionários da casa ou uma garçonete.

– Incentive as crianças a cuidarem daqueles que são vulneráveis. Dê a elas algumas ideias simples de como entrar na “zona de carinho e coragem”, como quando for confortar um colega que foi provocado.

– Use um artigo de jornal ou TV para incentivar seu filho a pensar sobre as dificuldades enfrentadas por crianças em outro país.

4) Seja um modelo forte e mentor

Por quê?

As crianças aprendem valores éticos, observando as ações dos adultos que respeitam. Eles também aprendem valores ao atravessar dilemas éticos com os adultos, por exemplo: “Devo convidar um novo vizinho para minha festa de aniversário, quando a minha melhor amiga não gosta dele?”

Como?

Ser um modelo moral e mentor significa que precisamos praticar a honestidade, a justiça e cuidar de nós mesmos. Mas isso não significa ser perfeito o tempo todo. Para os nossos filhos nos respeitarem e confiarem em nós, precisamos reconhecer nossos erros e falhas. Nós também precisamos respeitar o pensamento das crianças e ouvir suas perspectivas, demonstrando a elas como nós gostaríamos que se envolvessem com as outras pessoas.

Tente isso:

– Seja um modelo, fazendo serviço comunitário, pelo menos uma vez por mês. Melhor mesmo é fazer este serviço com o seu filho.

– Dê aos seus filhos um dilema ético na hora do jantar ou pergunte a eles sobre os dilemas que enfrentaram.

5) Oriente as crianças em como administrar sentimentos autodestrutivos

Por quê?

Muitas vezes, a capacidade de cuidar dos outros é dominado pela raiva, vergonha, inveja ou outros sentimentos negativos.

Como?

Precisamos ensinar às crianças que todos os sentimentos são normais, mas algumas formas de lidar com eles não são úteis. As crianças precisam de ajuda para lidar com esses sentimentos de forma produtiva.

Tente isso:

– Aqui está uma maneira simples de ensinar seus filhos a se acalmarem: peça-lhes para pararem, respirarem fundo pelo nariz e expirarem pela boca, contando até cinco. Pratique esse ritual mesmo quando o seu filho estiver calmo. Então, quando ele ficar chateado ou com raiva, lembre-o sobre esses passos e os faça com ele. Depois de um tempo, ele vai começar a fazê-lo por conta própria, e desta forma conseguirá expressar seus sentimentos de um modo mais útil e apropriado.

Fonte: Vida de Mãe Dani

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