Violência doméstica e familiar

Violência doméstica e familiar: entenda o que é a violência doméstica e familiar e saiba combatê-la

“Segundo estatísticas, em todo o Brasil, pelo menos quatro mulheres são agredidas a cada minuto”

Texto base: 1sm 25.2-35.

Houve na história do povo de Israel uma mulher chamada Abigail, inteligente e bonita, cujo marido chamava-se Nabal, descendente de Calebe. O texto sagrado informa que Abigail vivia num contexto de violência doméstica e familiar.

Seu marido, Nabal, era homem materialmente poderoso, rude e mau (v.3), dominado pela loucura (v. 25) e dado ao uso imoderado de bebida alcoólica (v. 36). Abigail diariamente vivenciava situação de risco, própria das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, solapada a sua dignidade de mulher e pessoa humana. Certamente, não fosse a intervenção divina, veria num espaço curto de tempo consumido todos os seus sonhos e projetos, mas, através de uma iniciativa sensata, fez com que Deus mudasse o seu cativeiro: “… feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu.” (1Sm 25.38.)

A história é cíclica. Segundo estatísticas, em todo o Brasil, pelo menos quatro mulheres são agredidas a cada minuto.

Os atos de violência podem ser manifestados de várias formas e vão, desde ofensas verbais e morais até agressão física e sexual (como socos, pontapés, bofetões e estupro). Atento a esta realidade social, surgiu no cenário jurídico brasileiro a Lei nº11.340/06, cognominada “Lei Maria da Penha”, cuja norma conceitua e define as formas de agressões sofridas por mulheres no cotidiano: violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral e aumenta os rigores das penalidades aos agressores de vítimas de violência doméstica e familiar.

Um acervo de 30.000 processos feitos em andamento mostra a estatística de aproximadamente:

a) 40% – mulheres vítimas de crime de lesão corporal;

b) 50% – mulheres vítimas de crime de ameaça;

c) 9% – mulheres vítimas de contravenção penal de vias de fato (brigas);

d) 1% – mulheres vítimas de crimes contra os costumes (estupro, atentado violento ao pudor etc…) e demais contravenções penais.

Verifica-se que grande parte destes processos decorre de lares, na maioria dos casos, sem nenhuma estrutura familiar, famílias de baixa renda e uso imoderado do álcool e drogas afins. Com efeito, o contexto de violência doméstica e familiar envolve não somente a mulher, considerada vítima pela Lei, mas, todos os membros da família, inclusive, os filhos e o homem (marido ou companheiro).

São todos, vítimas do sistema opressivo que deságua nas águas fétidas da ausência de respeito mútuo e dignidade da pessoa humana. Os estudos têm demonstrado que a violência doméstica e familiar, se não tratada na origem, inevitavelmente torna- se um ciclo vicioso, repetindo-se na família dos filhos e dos filhos dos filhos que vivenciaram aquelas cenas degradantes, e que de tanto se repetirem, tornaram- se comum na convivência diária.

É a denominada “iniquidade”, ou seja, se acostumar com o pecado. O que fazer para coibir esta prática tão repulsiva.

Será que a Lei, por si só, seria a solução? Penso que não. A Igreja não pode ficar inerte diante desta realidade. A família é a base da sociedade, como reza a Constituição Brasileira. A atuação da igreja, nas áreas espiritual e social, pode muito em seus efeitos. A par da correção estatal, a Igreja poderia socorrer essas famílias por meio de um Ministério Especializado, com pessoas altamente adestradas, vida espiritual no altar, aptas a guerrear diretamente contra o império das trevas, visando resgatar o respeito mútuo, a dignidade da pessoa humana, e acima de tudo, conduzir essas pessoas a Deus, retirando-as da condição passiva de vítimas e conscientizando-as de que a partir do novo nascimento não necessitarão mais recorrerem a justiça dos homens, porque tornaram-se a própria Justiça de Deus. Somente o evangelho tem esse poder transformador.

Violência doméstica e familiar tem jeito!

Então, Davi tomou as sua mão o que tinha trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; vês aqui que tenho dado ouvidos à tua voz e tenho aceitado a tua face.” (2 Sm 25.35.)

Fonte: Boletim Atos

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