Somos todos e um ao mesmo tempo

Alexandre Dumas eternizou a célebre frase de sua obra Os três mosqueteiros: Um por todos e todos por um. Quem assistiu ao menos uma das aventuras dos mosqueteiros vibrou com a agilidade, lealdade e coragem dos heróis. Assim como quase gritou junto com eles a famosa frase a cada vez que a união era a saída que restava, momentos nos quais um lutar por todos e todos lutar por um era a única forma de tentar superar situações que pareciam insolúveis.

A aventura da vida parece estar atravessando momentos de forte tensão e muita adrenalina, momentos de suspense e pura emoção. Como nos grandes e inteligentes roteiros, aqueles que quando pensamos já ter sacado toda a história surge um fato ou personagem novos e dão uma virada total na narrativa, surpreendendo e deixando cada um de nós envolvidos e totalmente conectados com a história.

A vida, pelo menos para mim, está bem assim. Perigos, ameaças, perseguições, pressões, livramentos, escapadas. Com o coração na mão vamos torcendo pelo momento da virada, querendo ver a narrativa surpreender com novos caminhos, novos combates, novos desafios, novas esperanças. E, na expectativa do desenrolar de cada cena, esperamos sempre pela ajuda  de alguém. No desespero, as vezes nos sentimos um, porém quando chega o socorro descobrimos que somos todos.

“A unidade é a variedade, e a variedade na unidade é a lei suprema do universo”, afirmou Isaac Newton. Não sei se passava pela cabeça do cientista, mas seu pensamento se aplica perfeitamente na complexidade que envolve os relacionamentos. Somos plurais vocacionados para uma vida singular. Somos vários estilos, vozes, cores, aparências, jeitos, simpatias, empatias, na soma de virtudes e características que formam um. Somos um de todos e todos em unidade na lei suprema do reino, aquela que nos chama a amar.

Talvez o amor seja a espada que mosqueteiros da fé precisem empunhar nestes tempos. Este é o socorro que todo homem carece e precisa, amar, ser amado, abraçar, ser abraçado, doar e servir. A barreira que separa as gentes só será finalmente vencida quando formos vencidos pelo amor dEle, o único que garante a unidade e, é através desta unidade entre nós em submissão a Ele que o mundo poderá crer. Exatamente isso é o que o Cristo declara em João 17:21.

Precisamos ser mais que apenas mais um em meio a todos, nas fábulas de Esopo encontramos um pensamento que define bem a urgência de sermos um com todos: “Unidos venceremos. Divididos, cairemos.” O desejo da trindade vai muito além de que apenas imitássemos a comunhão perfeita que une Pai, Filho e Espírito. Sozinhos ficamos vulneráveis, indefesos, expostos. Juntos nos tornamos fortes, resistentes, protegidos.

Termino lembrando que os três mosqueteiros na verdade eram quatro. D’Artagnan nos lembra que sempre terá um lugar para humildes que se aventuram em ser ousados, que se arriscam por um bem maior, que aceitam pagar o preço para estar do lado certo, das pessoas certas, independente das ameaças, dos poderes intimidadores, dos traidores que agem nas sombras. É exatamente isso que enfrentam os seguidores de Cristo desde o dia que Ele subiu, na espera por sua volta sua igreja tem enfrentado a tudo e a todos em todos os séculos até aqui, unindo gente de toda tribo, raça e nação como sendo um único corpo, o corpo de Cristo que corajosamente brada “um por todos e todos por um”.

Por: Pr. Edmilson Mendes

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