Somos amor ou mais um porquê?

Pare por um minuto. Ao longo do dia, com quantas pessoas falou? Quantas pessoas passaram por você e nem sequer pôde perceber quantas informações continham naqueles olhares cruzados com o seu?

Essas pessoas carregam o fardo de suas vidas, e muitos fardos não são tão simples de carregar.

Minha realidade pode ser completamente diferente da sua, ou não. As possibilidades são infinitas. E por mais que o desenrolar de nossas vidas sigam rumos distintos ou não, somos pessoas que precisam uma das outras. Fomos criados para viver em conjunto, para amar; não é bom que o homem esteja só.

A pergunta é: como temos amado? Se uma criança nos mostra um desenho completamente abstrato, temos capacidade de dizer que ficou bonito e que aquele cabelo de macarrão-amarelo realmente parece com o meu? Quando nossos pais falam conosco, ao menos bloqueamos a tela do celular para prestarmos atenção e respeito? Ele ou ela escolhe a melhor roupa, o melhor perfume, se arruma, para nós dizermos que não ficou bom quando a pessoa nunca se sentiu tão bem antes?

Isso até parecer besteira, mas pode importar muito pra alguém. Todos estamos vendo a repercussão que a nova série da Netflix, Os 13 Porquês (13 Reasons Why) tem ganhado, e ela trata exatamente disso. Por mais pesada e forte que a série pareça ser, nos traz questionamentos importantes. Quais as consequências da forma que tratamos alguém? Não temos essa noção, e o que parece pequeno para nós, talvez tenha o peso exato para que um fardo se torne insuportável, fazendo com que essa pessoa venha a ruir.

Essa é a história de Hannah Baker, que grava 7 fitas e as entrega a algumas pessoas citadas nesses áudios. Ela narra as 13 razões e situações de ter decidido tirar sua própria vida, e a cada porquê ela vai se fragilizado mais, desacreditando mais das pessoas e da vida. Pode ser que você pense que Hannah precisasse de Jesus, e você está certo, mas seu suicídio não foi por uma crise existencial. Ela tomou essa decisão por não aguentar mais. Ela sofreu assédio, calúnias, difamações, rejeições, preconceito e em determinado momento foi até estuprada.

Alguns outros porquês diziam sobre negligência ou até mesmo alguém não ter ido atrás dela depois que ela saiu de uma sala. Coisas medíocres, não? Não, depois de toda a bagagem que ela foi obrigada a carregar. Ninguém sabia de seu sofrimento, por isso não se importavam em complicar ainda mais sua vida.

Pode ser que hoje ou amanhã alguém passe por você esperando ouvir um “bom dia”, e isso mudaria completamente o rumo de sua vida, por mais insignificante que pareça ser. Essas palavras não devem nos trazer culpa ou nos deixar tristes, mas nos encorajar a amarmos uns aos outros com um amor que impulsiona pra frente aqueles que amamos. Não sabemos as dores que cada um carrega em seu coração. Podemos tornar a vida mais agradável para nós e para os outros. Na série eles dizem que se uma única pessoa não tivesse feito o que fez, Hannah ainda estaria ali. Não vamos deixar para amanhã. Vamos amar! Se dedique, se importe, abrace, mande flores, ligue, agradeça, cuide, trate bem, faça com que se sintam especiais. O mundo precisa de pessoas que entendem sua missão de espalhar o amor de Deus, e esse amor pode, com toda certeza, salvar vidas.

Por: Bruno Leal – Estudante do CTM e de Publicidade

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