Será que é só isso?

Por: Pr. Edmilson Mendes

Pense na rotina básica de um brasileiro, acordar, tomar um rápido café, encarar um busão, um trem, um metrô, trabalhar, voltar encarando a mesma luta no transporte, estudar, assistir novelas, jornais, futebol, dormir e depois no dia seguinte, tudo de novo. Final de semana compras, passeio na casa de alguém, pizza, churrasco, shopping, igreja, Silvio Santos, Faustão, mais futebol, mesas redondas, fantástico, filmes, séries…

Os anos passam voando. Sem perceber, milhares de pessoas vão repetindo hábitos, gestos, manias e rotinas muito semelhantes. Uns tentam ser mais modernos, outros mais tradicionais, uns mais conservadores, outros mais liberais. Mas o fato é que a rotina está lá. A questão nem é se é bom ou ruim, a questão é que inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, todos chegarão a mesma pergunta: Será que é só isso?

Será que a vida será sempre esta repetição? Será que vamos ficar por aqui falando de copa, eleição, juros, inflação, corrupção, dívida, decepção, dor, TCC, emprego, celebridades, políticos, política, novos carros, celulares, fotos, fatos, vídeos, alienação? Será que vou encontrar doenças nos produtos industrializados que consumo? Será que seremos engolidos pelo politicamente correto? Será que nos resta ficarmos trancados em nossas casas enquanto a bandidagem segue livre, leve e solta? Será que é só isso? Sempre só isso?

Que sociedade é esta? Que mata, aborta, estupra, humilha, rouba, falsifica, ilude, sequestra, detona, apavora, causa, debocha e esculacha com a vida sem qualquer pudor? Sem qualquer receio de que um dia se encontrará com a justiça? Que universo é este que o homem vem criando povoado de loucuras e sandices sem fim?

Este é um tipo egoísta de universo criado por homens amantes de si mesmos, que adoram o próprio ventre e cuja visão não ultrapassa o próprio umbigo. Neste universo, sim, é só isso mesmo. Expectativas estarão sempre reféns das rotinas mortíferas que se imaginou a última bolacha no pacote da modernidade, do hedonismo, do secularismo, do materialismo, enfim, da mais fria indiferença quanto ao futuro.

Aliás, futuro, não é preocupação neste universo minúsculo governado por homens. O que importa é somente o aqui e o agora, o resto é matéria, Deus não existe, dramaticamente tudo terminará num absoluto nada. O incrível, mesmo para os conformados e confortáveis habitantes deste limitadíssimo universo é que, inescapavelmente, a pergunta sempre chega: Será que é só isso?

Salmo 45:11, na tradução da Bíblia Viva, traz esperança e conforto para os que creem: “O Senhor do Universo está entre nós; Ele, o Deus de Israel é a nossa proteção!” A poesia hebraica nos dá a perspectiva correta: Não! Não é só isso!

Se fosse “só isso”, para quê “tudo isso” que diariamente enfrentamos? Tudo isso que diariamente lutamos, trabalhamos, sofremos e vivemos? Para quê? Isso, para começo de conversa, não é “só”. É a nossa história que nEle encontra significado e sentido, pois o dono do Universo, dentre tantos espaços e planetas possíveis, os quais Ele mesmo criou, escolheu habitar entre nós através do seu Filho. Mais que habitar, escolheu relacionar-se conosco através de Cristo, o Emanuel, o Deus conosco, dando vida e proteção.

Na sua caminhada da fé, frente as suas mais angustiantes perguntas, diante das mais profundas dúvidas sobre sua rotina, suas repetições, sobre os cultos que ano a ano participa, a respeito das promessas que fez e cumpriu, não se esqueça e nem se desanime, porque definitivamente não é só isso. É isso e muito mais, afinal, para sempre “o Senhor do Universo está entre nós!”.

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