Sem teologia não tem louvor

Sem teologia não tem louvor de verdade. O que nos faz cantar é entender quem Deus é e o que Ele fez por nós. Louvor não é um fim em si mesmo, mas o resultado final de um processo de compreensão e entendimento da Pessoa e Obra de Deus, em Cristo.

”Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem.” Lucas 1:49,50

Maria se refere a Deus como sendo poderoso, Deus santo, a sua misericórdia vai de geração a geração. Ele é o Deus misericordioso. Poderoso, Santo, Misericordioso. Maria tem uma concepção muito correta a respeito de Deus. E aqui eu quero fazer uma relação que eu considero extremamente importante.

Ela engrandece a Deus e sua alma se alegra em Deus porque ela conhece Deus. Ela sabe quem Deus é. Ela tem uma noção certa de quem é Deus. A teologia de Maria é boa, a teologia dela é correta. Ela se refere a Deus como o Senhor, o Salvador, o Poderoso, o Misericordioso e o Santo. Ela cita aqui vários dos atributos de Deus. A religião de Maria, ou a piedade de Maria, não é um conhecimento superficial de Deus, mas um conhecimento profundo do Deus de Israel que age na história, que cumpre suas promessas, que tem um propósito e que tem uma direção. As vezes nós reclamamos ou sentimos falta nas igrejas de mais exaltação a Deus, de uma adoração mais profunda. Eu fico até com pena as vezes dos dirigentes do grupo de louvor que ficam tentando animar o povo. ”Vamos gente, vamos cantar, se libertem!” Você sabe o o que é que produz verdadeiro louvor? Boa teologia! Se o povo sabe quem é Deus, se o povo tem consciência desse Deus como Maria teve, vai acontecer a mesma coisa: a minha alma vai engrandecer a Deus e meu espírito vai se alegrar nEle!

Porque Ele me escolheu, Ele contemplou a minha humildade, Ele fez grandes coisas por mim, porque Ele é o santo poderoso, misericordioso, senhor e salvador. Perceba como tem uma relação entre o engrandecimento de Deus que Maria faz, a exaltação que ela faz a Deus, e a teologia dela, o conhecimento que ela tem de Deus. Agora como é que você pode querer que pessoas engrandeçam a Deus quando elas não conhecem a Deus? Se você de fato conhece a Deus, se você tem consciência de quem Ele é, você não vai conseguir impedir que a sua alma e o seu espírito engrandeçam a Deus e se alegrem, porque o louvor é o resultado natural da teologia. Você quer adoração, você quer verdadeiros adoradores, você quer gente que engrandeça a Deus? Ensine esse pessoal. Ensine as pessoas a respeito de Deus. Mostre quem Ele é e as coisas que Ele fez, e o louvor vai brotar naturalmente.

Eu lamento profundamente que hoje em dia no Brasil haja um movimento que promove o louvor pelo louvor, como um fim em si mesmo. Mas o louvor e a adoração não são um fim em si mesmos, mas um resultado final lá na ponta de todo um processo de instrução e conhecimento de Deus. Quando você foca no louvor por louvor como um fim em si mesmo, você vai torná-lo superficial. As pessoas estão cantando aquilo que elas não sabem. Você está querendo produzir sentimentos que não tem base doutrinária ou que não são resultado da compreensão verdadeira de Deus. É claro que, por outro lado também, não adianta nada saber intelectualmente muita coisa de Deus se isso não se transborda em adoração, em louvor e engrandecimento de Deus.

Nós queremos as duas coisas: corações cheios de alegria e de gratidão como resultado de mentes que compreenderam quem é Deus e o que é que Deus faz e o que é que Ele tem feito.

Fonte: Cante as Escrituras

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