Revelações, espinho e graça

“E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte. ” – 2 Co. 12.7-10.

Paulo, no contexto acima, fala de arrebatamento, de terceiro céu, de paraíso e de coisas impossíveis de explicar com palavras.  Quatorze anos haviam se passado e ele se mantinha calado. Agora resolveu falar aos Coríntios para ajudá-los. Se eles se orgulhavam pelos dons espirituais, imagine ele que havia experimentado a glória celeste.

Mesmo, porém, que houvesse tido experiências celestiais, não havia motivo de orgulho. O Senhor havia tratado disso, colocando um espinho na carne, como um mensageiro das trevas para esbofeteá-lo. Reflita por um pouco, um espinho lhe espetando continuamente ou alguém lhe esbofeteando. Um espinho irrita, fere, lateja o tempo todo. Ser esbofeteado é receber tapas, desafiado, humilhado, sem dignidade. Alguém nessa condição se sente a pior das criaturas, um verme.

O Apóstolo orou três vezes e a resposta foi não. A agonia humilhante não foi retirada, porém, o Senhor lhe oferece algo maior e melhor do que pedia, a graça, e esta lhe seria suficiente.

Paulo compreendeu perfeitamente a graça e se rendeu. Este presente imerecível da parte de Deus é o que lhe salvou mediante a fé (Ef 2.8). Se a graça foi suficiente para lhe salvar, seria suficiente também para consolar, fortalecer na dor, transformar fraqueza em poder de Cristo. É por isso que ele diz: “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas…Pelo que sinto prazer…

Amado colega de ministério, quantas coisas você sabe através das ciências bíblicas, das pesquisas, das palestras e das experiências pessoais. Estas coisas chamam-se “revelações”, mesmo que não tenha tido um arrebatamento. O Senhor lhe deu para que fosse acima da média?  Um super Pastor?  Com certeza não. A Bíblia mostra que Deus prefere os humildes. Para tratar Abraão, Deus fez ele ter um filho aos 100 anos de idade. Para José, uma prisão. Para Moisés, uma lepra temporária. Para restauração de Davi, um maldizente Simei. Para Isaías, profetizar três anos sem as vestes superiores. Para o irmão Paulo, um espinho na carne.

E o que pode ser um espinho na carne para nós? Muitas coisas desagradáveis atingem o ministério: Conflitos interiores, desajustes familiares, limitações financeiras, reuniões desagradáveis, incompreensões, transferência indesejada, enfermidades, perdas…  Orou e não foi atendido? Não desanime, se humilhe, é tratamento de Deus para sua vida. É para você entender que está no melhor lugar do mundo. E este lugar chama-se ambiente da graça: Onde você foi e é salvo, fortalecido, aceito, compreendido, perdoado. Onde tudo basta. Onde você ouve os sussurros do Senhor lhe dizendo: O céu é logo ali.

Por: Pastor Elias Alves Ferreira

Fonte: Sou da Promessa

Sem comentários