PARA JOVENS LIDERES – Aceita o desafio?

Liderar é sempre um grande desafio e, por isso, geralmente, a palavra LÍDER causa diferentes reações nas pessoas que se dispõem a liderar, ou são chamadas para esse papel. Em algumas, o sentimento é de receio. Em outras, de medo e até mesmo de pânico. Talvez poucas se sintam naturalmente confortáveis com o desafio de liderar uma UMAP, um Pequeno Grupo, um Grupo de Louvor, de Teatro, etc. Creio que vale salientar que estou falando sem bases científicas ou pesquisas, mas sim baseado em minha experiência, e, posso estar enganado, mas deixo você à vontade para concordar ou discordar.

Normalmente, é comum não nos acharmos preparados para assumir o papel de líder. É como se aceitássemos sobre os nossos ombros a responsabilidade direta pelo sucesso ou fracasso de um grupo, seja ele do tamanho que for.  É comum pensar que se der tudo certo, o mérito é do líder, e se der tudo errado também. Por isso, algumas pessoas ficam muito incomodadas com esse rótulo ou com esse papel. Mas, o ponto aqui não é estar certo ou errado quanto a esse sentimento, mas sim pensar um pouco a respeito sobre o assunto e tirar suas próprias conclusões.

O principal objetivo desse texto é tratar sobre liderança de jovens, por jovens, dentro do contexto bíblico e não no conceito das teorias de administração e liderança de pessoas.

Lembro que em diferentes ocasiões, ao ser chamado ou indicado para liderar alguma área ou ministério na igreja, uma das minhas justificativas para recusar era baseada no sentimento de que EU NÃO TINHA NADA PARA OFERECER.

Internamente é como se eu só pudesse aceitar se tivesse muito claro algo que os outros não tinham, para poder justificar minha posição, meu papel ou para me certificar que eu seria ouvido por aqueles que eu iria liderar. Na medida em que cresci espiritualmente e fui aprendendo com erros e acertos, descobri que na verdade, diante de Deus, nunca temos o suficiente para suprir o que os outros precisam. Pode parecer meio chocante num primeiro momento, mas quando a gente se conscientiza que estamos, na verdade, servindo a Deus e ao seu Reino descobrimos que o que realmente conta em todo esse processo é o que Deus quer fazer. O querer de Deus não pode ficar limitado no que eu tenho capacidade de resolver, pois se for assim o corpo de Cristo, que é a igreja, os jovens, a Umap, o grupo de louvor, ou outros ministérios que você lidera, vai receber muito pouco, por mais que você se esforce, pois somos limitados.

Um dos textos que me ensinaram muito sobre isso é o de João 6:1-14, que narra a multiplicação dos 5 pães e 2 peixes para alimentar quase 5.000 homens. Existia um problema, um desafio, que Jesus lançou para Felipe, um dos discípulos. Jesus olhou para a multidão que ali se reunira e disse: “Onde vamos comprar comida para toda esta gente?” –  João 6:5. Felipe imediatamente faz uma estimativa financeira e chega em um valor considerável de 200 denários. Como se com isso dissesse: “É muito. Tô fora. Assume aí quem cuida do dinheiro.”

Como cada denário correspondia a 1 dia de trabalho chegamos a cerca de 10 meses de salário, considerando os dias úteis de um ano. Em 2017, por exemplo, contamos 252 dias úteis. Provavelmente a resposta do tesoureiro ao olhar de Felipe tenha sido algo como: Nem pensar!!! Não olha pra mim, não! Também tô fora.

Um menino que estava por perto vê e ouve tudo o que está rolando. Talvez tenha se aproximado de um dos discípulos para mostrar o que tinha e tenha recebido um: “Tá tirando é? Tem uma multidão aqui e temos um grande problema para resolver e você vem mostrar esse lanchinho!”

Pode ser que ele tenha insistido até que André olha para ele, vê o que ele tem e diz: “Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente?” – João 6:9

Penso que é aí que um líder realmente se revela e esse é o ponto que eu gostaria de compartilhar com você. A bíblia não fala de grandes feitos atribuídos a esse garoto. Não registra seu nome, sua família, e até hoje não sabermos seu Facebook ou Instagram, mas sabemos que ele não teve receio nem vergonha e ENTREGOU PARA JESUS TUDO O QUE ELE TINHA, para que outros fossem abençoados. O foco da benção não era ele pois poderia muito bem ter ficado quieto e comido seus Mc Fishes (Pão com peixe… captou?)  vendo os outros reclamarem por comida. Mas, ele se coloca numa posição de risco, pois poderia ser simplesmente ignorado, porque o desafio havia sido lançado por JESUS, e vindo de JESUS tinha que haver uma solução, algo maior e melhor do que a simples constatação de fome e carência que existia ali, até aquele momento. A continuidade desse relato a gente sabe. Jesus pega os cinco pães e dois peixes, agradece ao Pai, multiplica, alimenta a todos e ainda sobram doze cestos.

Seja qual for o seu desafio de liderança na igreja, pegue o você tem, mesmo sendo muito pouco, coloque nas mãos de JESUS e deixe Ele multiplicar. A obra é do Espirito Santo. O agir é Dele. O milagre é Ele que faz, mas se você olhar apenas para os recursos financeiros, humanos, materiais, intelectuais, ou que for, a conta dentro da nossa matemática nunca vai fechar e, por conta desse medo de fracassar, a primeira resposta pode ser: não dá ou o que é isso para tanta necessidade?

Não tenha medo de confiar e aceitar o desafio se ele vem do Senhor. O desafio de Deus para nós não tem o objetivo de provar se temos ou não capacidade, mas sem se CONFIAMOS VERDADEIRAMENTE NELE OU NÃO.  Pense nisso antes de dizer não ou de desistir. Firmado em Deus tua liderança será benção para os que estiverem com você.

Fonte: FUMAP

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