O Velho Pastor

Encanta-me ver um velho pastor cheio de alegria e disposto a continuar servindo ao Senhor com humildade e consciência da vocação com a qual foi chamado e da missão recebida da parte do Senhor. É diferente de um pastor velho, se arrastando e reclamando, murmurando e “absolutamente absorto” em si mesmo, inerte e acomodado às limitações da idade. Muitas vezes ressentido e amargurado, lembrando-se das experiências traumáticas do ministério pastoral.

Há muitos obreiros idosos alijados (jogados para fora) e sem utilidade nas igrejas. Somos o país que não valoriza o idoso. Uma sociedade que não honra o idoso está fadada à mediocridade. Infelizmente, a nossa cultura descarta o idoso.

O velho homem de Deus tem a sensibilidade à flor da pele. Possui discernimento e ama ao Senhor de verdade. O seu prazer está em Deus. Ele é a sua alegria todos os dias. Ao olhar para trás ele não tem remorso e nem lembranças amargas de situações difíceis e, muitas vezes, constrangedoras. É um homem de gratidão que está impregnado de satisfação em Deus. Ele ama a Bíblia. O seu deleite está na Lei do Senhor e nela medita dia e noite (Salmo 1.2). A sua mente e o seu coração – razão e sentimento – estão debaixo da vontade do Pai. Ele tem harmonia no seu interior. A mansidão é uma das suas características marcantes e reconhecidas. Um homem tratado e tratável. Servir é uma das suas marcas distintivas.

O velho obreiro é chamado de bem-aventurado, mais que feliz ou felicíssimo (Mt 5.1-12).

Conviver com ele é contagiante, pois vive sorrindo, contente em toda e qualquer situação. Estar perto dele é não se entristecer. Suas palavras e ações são coerentes. Ele é um homem sábio para aconselhar e acompanhar os obreiros mais jovens. Sua família tem prazer em apresenta-lo como aquele que sempre foi responsável, amoroso, cuidadoso e atencioso. Conhecido como um homem disciplinado e disciplinador.

Seus filhos e netos se lembram de suas histórias, especialmente a história dos grandes feitos de Deus. Recordam-se de quando ele lia e expunha a Palavra de Deus para eles. Eles se assentavam para ouvi-lo com atenção e prazer. Ainda aprendem com ele novas lições de vida. Buscam conselhos sábios para suas vidas. As pessoas que foram pastoreadas por ele têm lembranças encantadoras. Deleitam-se quando se lembram do seu cuidado amoroso.

Ser um velho pastor é um privilégio, é honrar a Deus todos os dias. É viver o ministério até o fim. Em todo o tempo ele trabalha incansavelmente. Não é um mero ativista, mas um homem em atividade prazerosa. Ele ama a Igreja de Cristo. Submete-se ao Cristo da Igreja. Em todo o tempo ora, evangeliza, testemunha a sua fé com profunda alegria do Espírito Santo. Um homem dinâmico, criativo e proativo. Que coisa muito boa é ser um velho pastor cheio do amor do Pai, da graça de Jesus Cristo e do poder do Espírito Santo, vivendo pela fé.

Um homem que anda com Deus como Enoque; obedece com alegria à semelhança de Abraão; possui a persistência de Jacó; a coragem de Josué; a mansidão de Moisés; a simplicidade de Zacarias; a sensibilidade de Jeremias; o espírito evangelístico de Paulo e o amor de João. Um homem que tem prazer em glorificar a Deus nas circunstâncias mais difíceis. Ele crê nas promessas de Deus. Aguarda a volta de Cristo e diz com alegria e esperança: Maranata, Senhor Jesus!

Fonte: Instituto Jetro

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