O Bom Samaritano – Quando o compromisso é total

Toda a Bíblia fala de Evangelismo e a Parábola do Bom Samaritano nos traz essa essência. No texto acima, o Evangelismo foi pessoal (Jesus era o Evangelista e o Doutor da lei o Evangelizado). A abordagem inicial veio em resposta a uma questão que envolvia a Vida Eterna, porém, o diálogo completo revela detalhes importantes sobre o Evangelismo.

Um homem que descia espiritualmente: De Jerusalém – “Habitação de paz” para Jericó, que embora signifique “Lugar das fragrâncias”, era um lugar rejeitado por Deus (Josué 6.26). As consequências foram trágicas. O homem foi assaltado e ficou semimorto.

 “Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado.” – v. 31. O sacerdote era o intercessor maior (advogado, médico, juiz, líder, continha os oráculos…) Passou de largo porque também descia espiritualmente. Passar de largo ou distante significa: Não se comprometer ou se julgar importante demais. Neste caso a religião é apenas teoria, encontra-se na mente, mas não no coração.

“E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado.” – v. 32. Os levitas eram de uma classe religiosa ligada diretamente ao povo (Cuidavam dos utensílios do templo, eram recepcionistas, cantores, professores, etc). Também descia, por isso não podia ajudar.

Quanto ao Samaritano, a Bíblia não afirma que descia. Possivelmente subia. “Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’” – vs. 33-35.

Apesar de ser considerado uma pessoa desclassificada possuía amor, misericórdia, compaixão. Este é o alicerce do evangelismo – amor. E quem tem amor se envolve, não se importa de se aproximar, de se comprometer por completo. O samaritano comprometeu todo o seu ser (moveu): seu coração (compaixão), suas mãos (atou-lhes as feridas) coisas pessoais (sua montaria – seu meio de transporte), coisas espirituais (Azeite e vinho – que representam a essência indispensável do evangelho: O Espírito Santo e o sangue de Jesus), seu senso de sobrevivência (ele sabia onde existia uma estalagem que oferecia abrigo e teria pessoas responsáveis), tempo (seus negócios, sua agenda, sua viagem ficaram para trás, ele cuidou do homem. Obs. Este cuidar envolve também carinho, afetividade), seu bolso (dinheiro), pessoas próximas (cuida dele) e seu futuro (eu voltarei e assumo algum gasto extra).

Evangelismo é isso. O sacerdote e o Levita viram o homem com olhar natural. O samaritano viu com os olhos do coração. Não repudiou as feridas. Hoje o repúdio pode ser a cor da pele, a cultura, a religião, o partido político, a aparência física, desvios sexuais ou morais. O verdadeiro evangelismo não possui oficialidade, cargos, funções, pretensões e visa resgatar a imagem de Deus. Acredita que uma meia vida hoje, pode ser uma vida inteira amanhã, que a deformidade é algo superável.

Quem foi o verdadeiro próximo? Quem foi o verdadeiro evangelista? O que tinha aparência ou o que tinha amor? Como o Doutor da Lei todos respondem: “O que usou de misericórdia”. Da mesma forma Jesus continua a dizer: “Vai e faze o mesmo”.

Por: Pr. Elias Alves

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