Gosto de tentar entender o porquê das coisas, acho isso saudável e necessário. Tento não agir sem antes pensar um bocado e tenho ensinado meus filhos a trilharem o mesmo caminho. Por exemplo, outro dia, conversando com eles durante a refeição sobre etiqueta à mesa, perguntei: “Dizem que é falta de educação colocar os cotovelos sobre a mesa durante a refeição, mas qual a lógica dessa regra? Que mal há nessa atitude? Não faz sentido não é mesmo?”. Estou trabalhando a mente deles para que exerçam um raciocínio lógico sobre aquilo que lhes é imposto como regra. Não, não é estimulo a rebeldia, mas um trabalho de conscientização. Eles não precisam seguir o fluxo só porque dizem ser este o caminho. A regra aqui em casa é o amor, em toda e qualquer circunstância, conforme Romanos 13:10: “Vai fazer mal a você, a seu corpo ou a alguém, então não faça, está errado!” Entendo que dessa forma, quando entrarem na adolescência, estarão preparados para dizer não a propostas perigosas, drogas ou selfies. Sim, é isso mesmo que você leu, selfies!
“Mas Dani, o que há de tão errado em selfies? Que exagero!”
Sigo a linha de raciocínio dos cotovelos sobre a mesa:
O que está por trás de uma selfie? Quem disse que fazer bico de pato no espelho é sexy e atraente? O que leva uma pessoa a tirar uma foto dela mesma e postar em suas redes? É uma atitude que transparece maturidade, autenticidade, carência ou consciência anestesiada? O depoimento a seguir me trouxe todas as respostas:
“Eu costumava ser a garota por trás do iPhone tirando aquelas selfies sedutoras. Eu era a garota fazendo uma sessão de fotos para que pudesse exibir os resultados para os meus amigos. Quanto a mim, eu postava as fotos porque queria que os rapazes me notassem. Eu queria que as pessoas elogiassem “o quão bonita eu era ou estava”. Eu adorava ouvir o louvor e afirmação dos meus amigos. Nunca foi por um “acidente” que eu postei uma foto minha. Era sempre intencional e planejado. Eu já tinha visto imagens suficientes de modelos da moda para saber como uma foto sensual devia ser. É um sinal de uma menina que anseia por algo mais. É um sinal de uma menina que está tentando encher o seu ego através dos louvores e elogios de seus amigos. Uma menina que deseja atenção de rapazes e tem a esperança de que eles vão notar uma de suas fotos. Uma menina que quer parecer confiante, mas é fraca e solitária no interior. Uma menina que gosta de seduzir os rapazes fazendo com que eles “queiram o que não podem ter.” Selfies sedutoras são nada mais do que imagens que gritam “Olhe para mim!”. Elas são uma oportunidade para apontar os holofotes sobre si mesma por um breve momento e esperar que alguém note”.¹
Não queridos, não estou fazendo uma crítica, mas apenas e tão somente um convite a autoanálise. As curtidas se transformaram em alimento para o ego, ferramenta narcisista. Estamos na geração dos viciados em elogios virtuais. Sabia que profissionais e medicamentos estão sendo preparados e desenvolvidos para atender pessoas (inclusive crianças) com esse perfil? Assustador. Se você está seguindo o fluxo, te convido por amor a parar e pensar: “O que está por trás deste comportamento? Estou em busca de que? Elogios e curtidas são realmente capazes de suprir uma carência ou vazio existencial ou estão me levando a dependência?”
Interessante é a tentativa de maquiar a ferida: “Eu sei que parece ridículo postar uma foto que tirei de mim mesmo(a), por isso vou anexar uma frase de efeito para não parecer tão imaturo e fútil”. Sabia que existem sites com sugestões de legendas para fotos sozinhas? Aqui estão algumas delas:
“Arrisque as atitudes e viva os momentos”
“As críticas só aparecerem quando o sucesso incomoda”
“Meu estilo é ser feliz”
“Não grite alto por sua felicidade, pois a inveja possui sono leve!”
Só rindo para não chorar…
A palavra é domínio próprio. Ou você domina o seu desejo por curtidas e elogios virtuais ou ele dominará você. É um a questão de escolha. Parafraseando Jesus: “Nem só de curtidas viverá o homem!” Os elogios virtuais alimentam a alma por um momento, mas deixam o espírito vazio, não levam a lugar nenhum, não amadurecem, não transformam, não nos fazem mais parecidos com Cristo, por isso aconselho: Não siga o fluxo só porque dizem ser este o caminho. Saiba dizer não, seja autêntico!
De futilidade este mundo já está cheio, supurado, portanto, antes de postar algo em suas redes, opte por aquilo que vai te transformar (ou transformar outras pessoas) em seres humanos melhores. A vida é preciosa demais para ser vendida a um preço tão baixo.
Por vezes me vejo seguindo o fluxo. O “tapa na cara” estalou primeiro em meu rosto: “Dani, acorda do transe!” Ainda não estou aperfeiçoada nessa área, mas tenho tentado… Um dia de cada vez. Não sou adepta das selfies, mas outros tipos de postagens ainda me dominam. Oro a Deus para que isso não se torne a fonte da minha alegria e satisfação, e que eu aprenda a encontrar sentido apenas naquele que é o Único capaz de preencher minha existência por completo: O Deus revelado em Jesus!
Fonte: Salve Meu Casamento
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