Mesada e educação financeira

Mesada é ferramenta importante para educar financeiramente as crianças.

A Educação Financeira para as crianças deve começar desde cedo. Assim, além da escola, os pais possuem um papel fundamental nesse processo. Mas, como os pais podem fazer isso? São várias as formas, uma delas é a mesada. Para os pais que ainda não disponibilizam esta ferramenta, está na hora de repensar e começar a planejar para falar com os filhos sobre o tema, sendo importante sempre ter em mente algumas questões.

A primeira dúvida em relação a esse tema é a idade com que a criança deve iniciar o contato com o dinheiro. Isso dependerá de cada caso, entretanto, a partir dos três anos, quando a criança começa a demonstrar desejos próprios, já é o momento de iniciar a analisar a melhor forma de inserir a educação financeira (não a mesada), mostrando o processo de troca do dinheiro por produtos.

Para o economista Sandro Maskio, da Universidade Metodista de São Paulo, a idade ideal para os pais passarem a oferecer a mesada é a partir dos oito anos, quando a criança começa a se familiarizar com as operações matemáticas básicas na escola. Contudo, cuidados devem ser tomados para que esse artifício realmente atinja a sua finalidade.

Um deles é definir o valor da mesada. É simples: durante um mês, sem que a criança perceba, anote todo o dinheiro que dá para o seu filho, inclua lanche escolar, passeios, compra de jogos, enfim, todos os gastos da criança.

Com esse número em mãos, chegou a hora de chamar a criança para uma conversa franca. Diga a ela que, por já estar crescendo, chegou o momento de ela mesmo controlar seu próprio dinheiro e que começará a dar uma mesada.

Dê apenas 50% do valor total dado a ela no mês e informe que a criança terá que se organizar com esse valor. Ela, com toda a certeza, ficará feliz, pois achará o montante bastante alto. Mas reforce que esse dinheiro terá que dar para os próximos trinta dias.

E fale mais: por ser um ótimo filho ou filha, os pais resolveram realizar alguns desejos e peça que ela relacione no mínimo três desses, um de curto prazo, até três meses, um de médio, até seis meses e um de longo, até um ano. Explique que o mesmo valor que receberá da mesada também terá para os desejos e sonhos.

Com isso, ela saberá que todo o dinheiro que ela receber, deverá ser separado metade para desejos e metade para o consumo (doces, passeios, lanches).

Isadora, de 10 anos, passou a receber mesada dos pais nessa faixa etária. A mãe da menina, Maria Luisa de Souza, adquiriu o hábito com a intenção de ensiná-la a mexer com dinheiro e criar responsabilidade. “Ela sabe que não pode gastar o dinheiro todo de uma vez. A Isadora tem reserva e também se planeja, é educada na questão de gastar e de comprar”, explicou.

A ideia de usar a mesada como forma de educar Isadora financeiramente surgiu diante dos bons resultados que a mãe obteve no passado, ao aplicar o pagamento com a filha mais velha, Camila, que hoje tem 24 anos. Maria Luisa conta que atualmente a filha paga a faculdade com o próprio dinheiro. “Estamos fazendo com a mais nova porque sabemos que deu certo com minha filha mais velha.”

É fundamental também mostrar aos jovens a importância de conquistar os valores que recebem.

Mas faço um alerta: não é interessante associar esse dinheiro ao desempenho escolar, pois o estudo deve ser incentivado pela importância que ele terá para a vida. Uma criança que só estuda para garantir a mesada no fim do mês poderá ter um rendimento muito baixo e, se, por algum motivo, a família deixar de ter condições de oferecer, isso afetará o desenvolvimento intelectual.

Outro ponto relevante é que não se deve complementar com frequência a falta de dinheiro ocasionada pela má administração da mesada. Muitas crianças e adolescentes gastam além da conta e passam a recorrer sistematicamente aos pais para conseguir mais dinheiro. Se os pais cedem aos pedidos, não ensinarão a controlar os impulsos, criando a ilusão de que pode gastar sem limites. A consequência disso será na fase adulta, quando utilizarão o crédito fácil como complemento salarial.

Chamo atenção para um ponto imprescindível que é o de, desde o primeiro mês de vida da criança, junto com a certidão de nascimento, já se deve abrir uma previdência privada Junior para essa criança, com a qual se garantirá projetos de vida, como uma faculdade, um intercâmbio, um carro e sua própria aposentadoria sustentável.

Mostre a seu filho a importância de priorizar os seus desejos e faça-os entender que, para realizá-los, será sempre necessário guardar parte do dinheiro que passa pelas suas mãos.

Fonte: CPB Educacional | Metodista

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