Marcas de uma Igreja relevante

No livro de Atos dos Apóstolos encontramos o momento de transição do ministério de Jesus para o ministério do Espírito Santo. Até este momento tudo ocorria em torno da pessoa de Jesus. Com a chegada do Espírito Santo a Igreja se torna a representatividade e continuidade de Jesus na terra.

O mundo da época foi impactado por algo novo: A presença de uma comunidade nova e expressiva, com características totalmente diferentes dos padrões das outras comunidades. Uma comunidade de discípulos de Jesus que apresentava um novo modo de viver, que era ao mesmo tempo, impactante, inquietante e desafiador. Uma comunidade marcada por um poder sobrenatural, que o mundo da época desconhecia.

Por toda a Bíblia observa-se que a relevância é algo significativo para Deus:

Deus criou o homem para ser relevante na terra: “Sejam férteis e multipliquem-se; encham e subjuguem a terra; dominem sobre o que se move no mar, no céu e na terra” (Gn.1:28). Deus não criou o homem para viver na obscuridade: “Já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real; não trabalha para gente obscura (Pv.22:29).

No Velho Testamento Deus criou seu povo, Israel, para ser relevante. “Farei de você um grande povo,… para abençoar os outros povos” (Gn.12:1-3). “… vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações.” Êx.19:5).

Para cumprimento do seu propósito, através do povo de Israel, Deus levantou homens e mulheres para serem relevantes na terra. (Abraão, Moisés, Josué, Ester, Daniel, Davi, os profetas).

No Novo Testamento Jesus chamou discípulos para serem relevantes em sua geração: Ser sal da terra e luz do mundo.

Através dos discípulos Deus formou a Igreja para ser relevante no mundo. “… no meio de uma geração corrompida e depravada, vocês devem brilhar como luzeiros/estrelas no universo” (Fp.2:15). (I Pe.2:9).

A grande questão é: Que tipo de relevância a Igreja de hoje tem no mundo e para o mundo? Sob quais padrões os seguidores de Jesus buscam expressividade neste mundo perdido?

Hoje, ser relevante nos moldes do mundo, é o grande anseio da maioria das pessoas. Os homens desejam estar em evidência, destaque, no pódio, acima de todos, com o fim de tão somente satisfazerem a si mesmo e saciarem o seu próprio ego/vaidade. Obs. “… o que prova o homem são os elogios que recebe” (Pv.27:21).

Infelizmente a Igreja de Jesus tem sido contaminada por este tipo de evidência. Vive escravizada pelos padrões impostos pelo sistema deste mundo, e cada vez mais vai se distanciando do propósito estabelecido por Deus, de ser referencial de vida para a humanidade.

Os padrões de relevância para a Igreja de hoje, em geral são: Ter a aceitação do mundo (Para ser mais um atrativo para a sociedade a igreja se conforma com este século), Templos suntuosos (Patrimônio), quantidade de entradas de dízimos e ofertas (Poder aquisitivo), números de membros (Ter pessoas é mais importante do que ter discípulos), membros ocupando cargos políticos (Influenciar por meio do poder político e não da pregação do Evangelho), Tipo de metodologia de funcionamento (Células, forma de se reunir, igreja nos lares, “desigrejados”, etc.).

A comunidade dos primeiros cristãos impactou aquela geração porque sua relevância estava firmada nos princípios de Deus e não nos do mundo em que viviam. (Atos 2:42-47).

* A prioridade do conhecimento dos ensinos de Jesus estava acima de quaisquer outros conhecimentos. “Se dedicavam ao ensino dos apóstolos”.

* O testemunho desta Comunidade começava de dentro para fora. Ter relacionamento saudável um com o outro, também era prioridade. “Se dedicavam á comunhão”.

* Eram motivados pela lembrança permanente da vida, morte, ressurreição e volta de Jesus. “Se dedicavam ao partir do pão/Ceia”. O que te motiva servir a Deus é a esperança da glória?

* Viviam em contínua ligação com o Pai. Buscar orientação direta de Deus era algo imprescindível. Falar com Deus por meio da oração era uma necessidade permanente. “Se dedicavam às orações”.

* A reverência e respeito a Deus eram visto em todos. “Todos estavam cheios de temor”. A consciência do agir e da soberania de Deus produzia neles obediência, submissão e observância aos princípios de Deus.

* Nada faziam por si mesmos, mas viviam sob a influência direta do poder do Espírito Santo. “… muitas maravilhas e sinais eram feito pelos apóstolos”. Experimentavam o sobrenatural de forma natural.

* Possuíam uma identidade comum a todos. Eram parecidos na forma de viver e não por um título denominacional, placas ou chavões religiosos. Possuíam uma linguagem comum (Não uma forma) e todos lutavam pela mesma causa: O Reino de Deus. “… tinham tudo em comum”. “Da multidão dos que creram, um era mente e o coração” (At.4:32).

* Praticavam o princípio da justiça: Todo cidadão tem direito e o Estado tem dever. Era uma comunidade que se bancava (At.2:45,46). Ninguém se sentia dono de alguma coisa. Deus era o dono de tudo, por isto tudo era de todos. Na prática era: Ajudar o próximo não a partir das minhas possibilidades, mas das necessidades dele, aí se faz um movimento que envolve outros para ajudá-lo. (At.32-35).

* Uma comunidade que tinha a simpatia do povo pela intensidade da presença de Deus. Por isto crescia em número de discípulos salvos (At.2:47).

Conclusão: Uma Igreja relevante é formada de discípulos de Jesus, em que o mundo não é merecedor deles. No entanto estes discípulos recebem bom testemunho por meio da fé (Hb.11:38). Precisamos de Igrejas que sejam relevantes primeiro para Deus e consequentemente será para o mundo. Igrejas que não buscam glória para si mesmo, mas unicamente para a cabeça, Cristo Jesus.

Fonte: Casa do Senhor

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