RIO – Foram quatro meses de inspeção e, até a última sexta-feira, 23.320 multas aplicadas. O balanço do programa Lixo Zero, atuante em 55 bairros da cidade desde 20 de agosto, mostra ainda que as ações de fiscalização da prefeitura já parecem dar resultados. A Comlurb, responsável pela campanha, alega que houve redução de lixo no chão da ordem de 58% nos lugares onde há blitzes regulares. O Centro e os bairros de Copacabana, Leblon, Ipanema e Botafogo lideram o ranking das multas.
O programa tem por objetivo o cumprimento da Lei de Limpeza Urbana 3.273/2001 e visa a intimidar quem suja as ruas da cidade com multas que variam de R$ 98 (para aqueles que não removem da calçada as fezes dos seus animais de estimação, por exemplo) a R$ 3 mil (quando há grande quantidade de entulho descartado, formando depósitos irregulares).
A fiscalização é feita por mais de 500 profissionais, entre agentes da Comlurb, guardas municipais e policiais militares, treinados para atuar em conjunto e penalizar quem for flagrado poluindo ruas, praias, praças e demais áreas públicas. Ontem, no primeiro dia do verão, a companhia informou que reforçou a vistoria nas praias.
A ação de alerta à população teve início ainda no primeiro semestre. Na ocasião, fiscais começaram a abordar os pedestres sem a aplicação de multas.
Acostumada a sair com Sofia, uma fêmea de buldogue francês, a estilista Teca Sá optou pelo uso de um dispositivo acoplado à coleira do animal que permite levar saquinhos plásticos para a coleta das fezes.
— Apesar da escassez de lixeiras na cidade, não tem cabimento jogar lixo no chão ou não limpar o cocô do cachorro — atestou, durante passeio pelo Arpoador.
Apesar dos esforços da campanha, ainda há quem se recuse a desembolsar o montante estipulado: Até agora, 10.883 multas não foram pagas, e a companhia de limpeza recebeu 465 recursos impetrados por infratores — incluindo turistas —, que alegam não conhecer o sistema. Quem é multado pode consultar o portal da prefeitura na internet para saber mais sobre como proceder diante da penalidade. O prefeito Eduardo Paes diz esperar que, durante as festas de fim de ano, a população se conscientize mais sobre a importância da limpeza.
— A gente espera, no ano-novo, a colaboração das pessoas para manter a cidade limpa. Este ano a gente tem uma comparação com o lixo gerado pela Jornada Mundial da Juventude: foi pouco. Claro que é um evento com outras características, mas a festa não precisa ser porca para ser festa. Ela pode ser limpa.
Fonte: O Globo
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