Conselhos de Pedro para o cristão peregrino

Em sua primeira carta, dirigida aos cristãos espalhados pelo mundo, muitos deles refugiados e escravos, o apóstolo Pedro os encoraja por meio de ordens, pedidos e conselhos, com os quais podemos formular a seguinte paráfrase:

Pensem bem, meus queridos, avaliem as coisas, sejam criteriosos e fiquem de olho, na expectativa dos acontecimentos! O mar não está pra peixe e realmente estamos vivendo os últimos tempos (1.13; 4.7; 5.8).

Esqueçam o passado! Nada de paixões e pecados mesquinhos! Se Cristo rompeu com o pecado uma vez por todas, por que deixá-lo sussurrar em seus ouvidos? Eu sei que vocês às vezes se sentem livres, longe de sua terra natal. Talvez ninguém os conheça por aí. De fato, vocês são pessoas livres. Mas jamais usem dessa liberdade como desculpa para fazer o mal (1.14; 2.1, 11, 16; 3.10-11; 4.15). Pelo contrário, procurem ser santos, vivendo de modo exemplar (1.15-16; 2.12) – isso, sim, é a grande pregação para os não crentes!

Desejem Deus com desejo ardente (2.2) e deem glórias a ele em todo tempo, mesmo que estejam sofrendo ou sob forte tentação (3.14-15; 4.13-14). Lancem sobre ele todas as ansiedades da sua peregrinação (5.7). Ele realmente cuida de tudo. Deus é tudo para nós!

Estejam preparados para responder a todo aquele que pedir razão da sua esperança. Estar no estrangeiro não é desculpa para não estudar a Palavra. Quando questionados, respondam com calma, combinando seu discurso com seu comportamento. Falem mais de Cristo do que de vocês. Isso vai calar aqueles que os difamam (2.9; 3.15-16).

Amem muito – mas muito mesmo! Amando, vocês serão hospitaleiros, gentis, servirão uns aos outros de várias maneiras e cobrirão multidão de falhas (1.22; 2.17; 3.8-11; 4.8-9; 5.14).

Sujeitem-se uns aos outros, tratando todos com honra e dignidade, seja chefe, governante, irmão na fé, cônjuge ou os idosos da igreja. Desse modo, vocês terão uma participação ativa e positiva na sociedade. Acima de tudo, sujeitem-se a Deus, o Soberano Senhor (2.13, 16-18; 3.1, 7-8, 16; 4.10-11; 5.3, 5-6).

Para tudo isso, é preciso ter muita humildade. Pensem na humildade como um avental de trabalho. Podem tirá-lo só na hora de dormir – e olhe lá! É com muita humildade que vocês irão superar as perdas da época em que viviam em sua própria terra, conhecendo bem o terreno onde pisavam, dominando facilmente as relações com todos na vila onde habitavam. No exílio, vocês são Zé Ninguéns, mas não se importem com isso. Sejam humildes (3.8-9; 5.5-6). Isso agrada a Deus.

E vocês, que são líderes da comunidade peregrina, sejam líderes de verdade! De coração, e não por obrigação ou pela necessidade de sustento. Sejam exemplos para suas ovelhas, jamais controladores (5.2-3).

Não tenham medo das perseguições e aflições que sofrem por causa de Cristo (3.14), mas alegrem-se com elas (3.14; 4;13-14). Isso é absurdo para o mundo, mas é possível para vocês que foram regenerados por Cristo e querem se parecer com ele. Mas não deixem por menos: sempre que perceberem que “ali tem o dedo do inimigo”, resistam bravamente, com muita firmeza na fé e na graça que os salvou (5.9, 12).

Afinal, vocês são pedras vivas da maravilhosa casa espiritual que Deus está construindo, que tem sua base na pedra mais importante, que é Cristo (2.4-5, 21; 4.1).

Fonte: Ultimato

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