Check-List da sua obediência

Check-list, de acordo com pesquisas na internet, é um instrumento de controle com um conjunto de itens ou tarefas a serem lembradas ou seguidas. O autor de provérbios inspirado por Deus deixou-nos registrado em Provérbios 4.20-27 um check-list quanto a sua obediência, para avaliarmos se de fato, estamos vivendo em obediência ao Senhor.

Por isso, faça essas perguntas a você mesmo:

O que entra pelos meus ouvidos? (v.20)

Aquilo que entra pelos meus ouvidos irá, em última análise, influenciar minha mente, meu coração e minhas decisões, de modo que devo ter cuidado com aquilo que ouço. Paulo nos adverte sobre a “conversação torpe […], palavras vãs ou chocarrices” (Ef 5.4), e o Salmo 1.1 nos diz para evitarmos o conselho dos ímpios. Quando as pessoas falam, devemos ser capazes de identificar a voz de Deus em seu discurso (Jo 10.3-5,16) e obedecer àquilo que ele ordena.

O que há dentro do meu coração? (v.23)

Os ouvidos escutam e os olhos veem aquilo que o coração ama. Quando nossos filhos eram pequenos não importa por onde passássemos, sempre encontravam as sorveterias e as lojas de brinquedos, devo confessar que eu, no entanto, sempre vias as livrarias! “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem às fontes da vida” (v.23). Se poluirmos as fontes, essa infecção espalha-se, e logo desejos secretos transformam-se em pecados explícitos e em vergonha pública.

A Bíblia nos adverte a evitar um coração dissimulado (Sl 12:2), endurecido (Pv 28:14), orgulhoso (21:4), incrédulo (Hb3:12), frio (Mt 24:12) e impuro (Sl 51:10). “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração” (139:23).

O que está nos meus lábios? (v.24)

Tudo o que se encontra no coração acaba saindo pela boca (Mt 12:33,34). Os filhos de Deus cuidar para ter uma “linguagem sadia e irrepreensível” (Tt 2:8), uma palavra bondosa, “temperada com sal” (Cl 4:6). Ao ouvir seus oradores, os romanos antigos sorriam uns para os outros e diziam:

– Cum grano salis (“ouça com um grão de sal”).

Mas os cristãos devem colocar o sal em seu discurso e manter suas palavras puras e honestas.

Provérbios fala muita coisa sobre o nosso discurso, e o termo “boca” é usado mais de cinquenta vezes, enquanto “lábios” aparece mais de quarenta vezes na maioria das traduções deste livro. Dentre outras coisas, Salomão nos adverte sobre os lábios perversos (Pv 4:24), mentirosos (12:22) , bajuladores (20:19), enganadores (24:28) e indisciplinados (10:19). “O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo arruína” (13:3).

O que está diante dos meus olhos? (v.25)

A perspectiva determina os resultados. Abraão era amigo de Deus porque vivia pela fé e “porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11:10). Ló tornou-se amigo do mundo, porque andava de acordo com o que podia ver e se aproximou cada vez mais da cidade perversa de Gomorra (Gn 13.10,12). Todos têm diante de si algum tipo de visão que os ajuda a determinar seus valores, ações e planos. Um bom exemplo a ser seguido é o de Davi, que disse: “Não porei coisa injusta diante dos meus olhos” (Sl 101:3), e do escritor do Salmo 119, que orou: “Desvia os meus olhos, para que não vejam a vaidade” (v.37). Se estamos “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12:2), enquanto percorrermos nosso caminho nesta vida, devemos manter essa atitude de fé. Se estamos olhando para trás (Lc 9.62) ou a nosso redor (Mt 14:30), poderemos acabar num desvio.

O que se encontra além do meu caminho? (vv. 26,27).

O termo hebraico traduzido por “ponderar” significa “pesar” ou “nivelar” e é relacionado a uma palavra que quer dizer “balança” (16:11). Em seu último discurso, antes de beber cicuta, Sócrates disse: “A vida que não é examinada não é digna de ser vivida”. Nas palavras de Paulo: “Examinai-vos a vós mesmos” (2 Co 13:5). O Senhor está considerado nossas veredas (Pv 5:21) e sondando nosso coração (21:2), bem como nossas ações (1 Sm 2:3), e devemos fazer o mesmo. A vida é curta e preciosa demais para ser desperdiçada com tudo o que é temporário e trivial. Se estamos andando em sabedoria, Deus promete proteger, dirigir e aperfeiçoar nosso caminho.

Tudo o que a insensatez pode nos oferecer perigo, desvios, decepções e, por fim, a morte.

Não deve ser tão difícil tomar a decisão certa.

Fonte: Comentário Wiersbe – páginas 381 e 382

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