Basta que sopremos o Pó

Não são poucos os casamentos em crise. Não são poucas as famílias destruídas. O que fazer para evitar esses sérios transtornos? O que fazer para sair dessa triste situação? Há esperança para os casamentos e para as famílias cristãs?

Recuso-me a suspirar e desistir da esperança, quando leio ou ouço a respeito do pessimismo que ronda o futuro da família. Enquanto cuido, diariamente, de diversos casamentos com as dificuldades que recaem sobre a família, emociono-me diante de famílias realizadas e sólidas, a exemplo de muitas no passado.

Famílias estáveis e felizes não procedem do acaso, mas são resultados de deliberada intenção, de determinação e de prática do casal e dos filhos, na direção do amor, do perdão, da fidelidade e da paz. Família estável advêm do compromisso espiritual com os objetivos de Deus quando a instituiu, célula primeira, vital, edificada no casamento assumido como vínculo perpétuo entre um homem e uma mulher, qual santuário da vida.

Famílias estáveis e felizes não se fazem a passo de mágica, mas são construídas pelo comprometimento com esse núcleo social natural, insubstituível para os indivíduos, onde recebemos as primeiras noções do bem, da verdade, do amor de Deus, do amor interpessoal, do significado de ser pessoa. Na decisão da vontade de ser feliz e de fazer felizes os demais membros da família, pessoas investem tempo juntas, desenvolvem melhor comunicação, expressam apreciação um pelo outro, têm compromisso espiritual, e encontram nas Escrituras a capacidade de lidar e resolver seus problemas, suas crises, quando surgem. Do contrário, os relacionamentos debilitam-se, os povos fragilizam-se, perdendo, como assistimos, o âmbito sagrado e diário do aprendizado das responsabilidades sociais e da solidariedade.

O caminho para conseguir uma família estável e feliz não é obtido em doutorado em alguma das grandes universidades brasileiras, da Inglaterra, da França ou dos Estados Unidos. Basta, com a deliberação santa e com humildade, voltarem-se para os propósitos de Deus encontrados no milenar livro de Gênesis. Basta soprar o pó acumulado nas páginas da Bíblia esquecida em muitos lares, e leremos ali que o Senhor, havendo feito o homem e a mulher, os abençoou e deu o que é o primeiro mandamento bíblico, em Gênesis 1.28, quando Ele diz: “multiplicai-vos e enchei a terra”. E mais adiante, Deus retoma o assunto família e diz: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher e serão uma só carne” (Gn 2.24). E temos assim o casamento como fundamento da família, decorrente da vontade criativa de Deus e não da mera natureza humana.

A família estável e feliz é resultado do propósito de seus membros de honrar a primeira lição da escola da vida, transmissora de valores e tradições.

Se cada um dos que lêem agora este artigo decidir pela multiplicação desta visão, com seus amigos, em torno dessa verdade bíblica, encorajando-os a assumir uma forma mais responsável de conceber os casamentos e os lares do ponto de vista de Deus, não somente teremos a proliferação de muito mais famílias estáveis e felizes, como também a expansão dos valores do Reino de Deus de que tanto as famílias necessitam, para bem além da nossa imaginação.

Seja assim, amém.

Fonte: Guiame

 

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