As mulheres e as finanças

Quero falar sobre a questão do relacionamento da mulher com as finanças pessoais. Boa parte das famílias brasileiras é gerenciada por mulheres – mesmo quando elas não são as principais provedoras do lar.

Porém, a maioria das mulheres não recebeu orientações sobre planejamento e gerenciamento das finanças pessoais. Em meu trabalho como consultor de finanças pessoais, percebo esta carência nas mulheres, quando a questão é o controle das contas pessoais. Em minhas palestras e cursos, bem como nas consultorias individuais, a maior parte do público é composta por mulheres. Muitas comentam sobre suas dificuldades, quando o assunto é dinheiro.

Não estou falando de ganhar dinheiro, pois isto as mulheres já estão fazendo muito bem. Pesquisas indicam aumento do número de mulheres inseridas no mercado de trabalho, estudando em universidades e empreendendo nos negócios. Elas estão em frentes de trabalho, que antes eram exclusivas do sexo masculino.

Ganhar x Gastar

No entanto, quando a questão é gastar e administrar o dinheiro é que, para essas mulheres, surge a maior dificuldade. As mulheres estão sendo muito influenciadas pela pressão do consumo. A moda, por exemplo, lança novidades a todo o momento e, neste ponto eu pergunto: que mulher não quer andar na moda? Como gerenciar casa, filhos, trabalho ou negócio?

Não sou contra as mulheres andarem na moda. O problema surge quando não há controle e planejamento das finanças pessoais, quando esse deveria ser o objetivo. Isto gera descontrole financeiro e, por consequência, problemas com pagamento de juros e inadimplência.

Uma vendedora de uma empresa multinacional me contou que toda vez que brigava com o namorado ou com o chefe, ia ao shopping comprar uma roupa ou um sapato novo. Neste caso, ela estava utilizando-se do prazer de comprar e sentir-se bem com a roupa, para compensar a desavença no namoro ou no serviço. Isto é agir por impulso, o que acarretou a ela sérios problemas com cheque especial e cartão de crédito. Tanto, que não pagou as multas de seu carro, pois o dinheiro tinha sido gasto em roupas, ficando sujeita à apreensão de seu instrumento de trabalho.

Outro exemplo: uma bióloga me disse que, no lançamento de um tênis, tinha comprado um par de cada cor, colocado cada um em sacola separada, para que pudesse entrar em casa com eles escondidos do marido. Ela também estava com problemas no cheque especial e tinha consciência de que o marido iria reprová-la, mas mesmo assim realizou a compra.

Todas essas pessoas disseram não gostar de fazer contas e planejamento. Entretanto, não se pode deixar de fazer controle das finanças, por não gostar de colocar as contas no papel. A idéia é fazer um simples controle do que entra e do que sai, para que isso não gere problemas. Este controle pode ser feito em apenas 10 minutos por semana. O que não se deve, é deixar acumular. Quando você deixa para fazer apenas o balanço mensal, os erros já terão ocorrido e será difícil corrigir.

Deixar de gastar é ruim e por isto muitas pessoas desistem. A dica principal é agir assim: “Vou deixar de comprar esta blusa hoje, para realizar uma viagem de férias.” “Não vou comprar este sapato, para sair do cheque especial e liquidar minha fatura de cartão de crédito”. Tenha sempre um bom motivo para dizer “NÃO” para algumas coisas, para “CONQUISTAR” outras.

Portanto, mulheres, aprendam que saber gastar é tão importante quanto ganhar. Há uma ótima planilha neste link: colocar depois. Que todas possam viver em paz com seu dinheiro!

Fonte: Instituto Jetro

Sem comentários