Amiga, como você tem se preparado?

“Tendo, pois, Davi, servido ao propósito de Deus em sua geração, adormeceu e foi sepultado com seus antepassados…” (Atos 13: 36)

A escritora e conselheira de mulheres, Elyse Fitzpatrick, observa a vida da mulher como um único dia, o que está registrado no livro “Mulheres Ajudando Mulheres”. Baseada na expectativa da mulher americana de até 79 anos, ela dividiu esse período em seis segmentos de quinze anos, resultando nas faixas etárias abaixo:

0       a     15        Madrugada até a Manhã

16     a     30        Manhã até o Meio Dia

31     a     45        Meio Dia até o Entardecer

46     a     60        Entardecer até o Crepúsculo

61     a     75        Crepúsculo até o Anoitecer

76     a     90        Anoitecer até a Noite

Em que escala você se encontra hoje?

Confesso que experimentei uma sensação meio preocupante ao pensar que estou a menos de dois anos de me achar caminhando para o final do meu dia, ou seja, do Crepúsculo até à Noite.

Mas uma coisa é também verdade: independentemente de que parte do nosso dia estejamos vivendo, não sabemos o momento em que adormeceremos.

Adormecer como Davi, com certeza, é a expectativa de todas nós, mulheres chamadas para servir no Reino de Deus. Longevidade, vigor e, sobretudo, a aprovação e a bênção do Senhor é tudo o que almejamos.

Sempre que reflito sobre este texto entendo ser nossa prioridade servir a Deus com esmero, com total perfeição na educação daqueles que Ele nos confiou – os nossos filhos – para levá-los a Ele.

Dietrick Bonhoeffer escreveu: “O homem justo é aquele que vive para a geração seguinte”.

Isso nos leva a refletir: como preparamos nossos filhos para serem pais?

Eu estou experimentando o que para mim é o maior de todos os desafios do Entardecer da vida: o de “sobreviver” ao ninho vazio. Algo para o qual jamais nos sentimos preparadas.

Mas a verdade é que desde que deixamos a maternidade, Deus já nos prepara e orienta na sua Palavra para esse momento. E faz isso porque foi Ele próprio que determinou que a nossa vida fosse feita de ciclos.

Desde a criação, o Senhor escolheu fazer tudo acontecer por etapas, por ciclos, no Seu dia, no Seu tempo. “Tudo formoso fez no Seu tempo” (Ec 3: 11). “Uma geração vai e outra vem”. (Ec 1: 4)

Se olharmos para todo o nosso ciclo de vida até hoje, vamos constatar essa verdade e, com gratidão, podemos dizer sem medo de errar que tudo lindo Deus fez no Seu tempo.

O encanto da primeira menstruação não é menor do que o da temida, mas também especial, menopausa.

Tudo o que acontece em nossa vida, no tempo certo, tem a ver com o tempo de servir, com nossa mente, nosso corpo e nossa disponibilidade, aos propósitos de Deus na nossa geração.

Há o tempo de ter os filhos e o tempo de deixá-los partir, servindo a Deus e celebrando suas próprias conquistas. Conquistas que, uma a uma, nos levarão às lágrimas de alegria e nos dirão onde estivemos todo o tempo que dependeram de nós.

A beleza de haver um tempo para cada propósito na vida do homem é citada numa parábola em Marcos 4: 26 a 28:

“O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como. A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga, e então o grão cheio na espiga. Logo que o grão fica maduro o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita.”

Guardo há alguns anos um texto, cujo autor desconheço, mas que acrescenta algo à nossa reflexão: “Mesmo que a rosa perca a beleza que teve de madrugada, a sua beleza naquele momento foi real. Nada no mundo é permanente e somos tolos em desejar que uma coisa perdure, mas seríamos mais tolos se não a apreciássemos enquanto a temos.”

Querida amiga, não sei se você se encontra na madrugada, manhã ou no entardecer do seu dia, mas seja qual for o seu tempo, o anoitecer é certo. Portanto é bom vivermos da melhor maneira possível, conhecendo o verdadeiro propósito de Deus pra nós, lembrando-nos que ele é único.

Dizia Carl Sandburg:“O tempo é a moeda da vida. A única que temos e só nós podemos determinar como irá ser gasta. Tenhamos cuidado: não vamos deixar os outros gastá-la por nós.”

Quanto aos filhos que o Senhor nos confiou, sejamos sábias não gastando nosso tempo apenas pra encher “seus baús” de coisas, mas colocando neles apenas o que irão desejar levar quando partirem: as singelas lembranças dos bons momentos compartilhados em família. Lembrando-nos sempre que a bagagem que levarão é proporcional à nossa presença na vida deles.

Se as páginas da nossa vida forem viradas no tempo de Deus e como Ele planejou, ficaremos bem. E, agradecidas e felizes, aproveitaremos nosso tempo para continuarmos servindo aos seus propósitos na nossa geração. E quando chegar a noite e dormirmos teremos deixado um legado digno de uma mulher segundo o coração de Deus.

Que Deus nos abençoe.

Fonte: FESOFAP

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