A oração que precisa ser feita

A oração que precisa ser feita: “Restaura-nos, ó Senhor!”

 A singela súplica “Restaura-nos!” aparece três vezes no Salmo 80. Essa é a tradução mais comum. Mas há outras: “Faça-nos voltar!”, “Converte-nos!”, “Faze que prosperemos de novo!”.

Algo curioso e significativo é que o autor do Salmo vai acrescentando palavras ao nome de Deus a cada súplica. Na primeira vez: “Restaura-nos, ó Deus!” (verso 3). Na segunda vez: “Restaura-nos, ó Deus dos Exércitos!” (verso 7). E na terceira vez: “Restaura-nos, ‘ó Senhor, Deus dos Exércitos’” (verso 19). Sua intenção seria reforçar a oração?

Afinal, quando oramos: “Restaura-nos, ó Deus!”, o que estamos pedindo? Nada mais, nada menos, estamos pedindo que o Senhor, em sua soberania e misericórdia, conceda-nos a graça de recolher os cacos do nosso vaso quebrado e o refaça, dando-lhe a forma e a beleza anteriores.

Isso nos faz lembrar uma confortadora passagem de Jeremias. Deus leva o profeta a uma olaria no exato momento em que o oleiro acha por bem refazer o vaso que estava em suas mãos. Então, o Senhor faz ao seu servo aquele tipo de pergunta cuja resposta é óbvia: “Será que eu não posso fazer com o povo de Israel [e com a Igreja] o mesmo que o oleiro fez com o barro?”. Em seguida, Deus esclarece ainda mais a questão: “Vocês estão nas minhas mãos assim como o barro está nas mãos do oleiro” (Jr 18.1-6).

Muitas vezes a quebra não é total, não reduz o vaso a uma porção de cacos. Mas, assim como a mulher retoca o penteado ou a maquiagem ao encontrar neles algum defeito, o cristão precisa ver no espelho de Deus o seu comportamento e a sua fé para, em seguida, permitir que ele mesmo restaure o que for necessário.

Oswald Chambers lembra: “Se o Espírito de Deus detecta em você algo errado, ele não lhe pede para consertar. O que ele pede é que você enxergue a pequena ou grande mancha e o deixe fazer o necessário reparo”.

Tomemos, como indivíduos e como igreja, a resolução de suplicar constantemente: “Restaura-nos, ó Deus!”.

Fonte: Ultimato

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