A estrela de Jacó (1)

“Uma estrela surgirá de Jacó.” (Números 24.17).

” Eu sou a Raiz e o Descendente de Davi, e a resplandecente Estrela da Manhã.” (Apocalipse 22.16).

Um olhar para o céu estrelado nos transmite a respeitosa convicção da existência de um grandioso mundo celestial. É a fascinação do sobrenatural: o que existe por detrás das galáxias? Não é de admirar que os homens sempre tenham tentado desvendar os segredos divinos, quer seja por meio de pesquisas científicas ou de interpretações especulativas do futuro.

E eis que surge essa estranha história de uma estrela, a estrela de Jacó. Se esse acontecimento não estivesse descrito na Bíblia, poderíamos considerá-lo uma história oriental inventada. Mas ele sempre nos leva a admirar a ação sábia e soberana de Deus e a ver que até os Seus inimigos têm de servi-lO. O Senhor escarnece dos que tentam colocar-se em Seu caminho, pois ” Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles.” (Salmo 2.4).

Israel se encontrava em sua peregrinação de 40 anos pelo deserto. Seu caminho em direção à terra prometida poderia ter levado diretamente ao norte pela chamada estrada real, através da terra de Moabe. Mas Balaque, o rei moabita, queria de todas as formas impedir que Israel passasse por seu país. Ele temia o povo judeu, pois havia ouvido dizer que eles tinham um Deus poderoso. Por isso, ele não se arriscou a um confronto militar com esse povo nômade. E assim tentou impedi-lo de prosseguir com um truque oculto, mágico, mandando buscar o adivinho Balaão de Petor, na Mesopotâmia. Esse Balaão não era um homem qualquer, mas um respeitado, renomado e perigoso feiticeiro, cujas maldições tinham consequências fatais. E ele recebeu a incumbência de lançar mau agouro sobre o povo judeu e amaldiçoá-lo. Que tolice tentar atrapalhar o plano de Deus! O rei Balaque mandou chamar Balaão: ” Venha agora lançar uma maldição contra ele, pois é forte demais para mim. Talvez então eu tenha condições de derrotá-lo e de expulsá-lo da terra. Pois sei que quem você abençoa é abençoado, e quem você amaldiçoa é amaldiçoado” (Números 22.6). Será que nós temos tal confiança ilimitada no Deus Todo-Poderoso como esse rei pagão a tinha no adivinho que mandou chamar?

Para legitimar a pretensão de Balaque, Balaão mandou erigir altares onde foram sacrificados novilhos e carneiros, e isso por três vezes em três cumes de montes diferentes. Que desprezo e desconhecimento do sacrifício legítimo, agradável a Deus! Satanás é o imitador da ação divina.

Embaixo, no fundo do vale, encontrava-se o enorme acampamento de Israel sob a mão protetora de Deus. A ordem do rei Balaque ao amaldiçoador Balaão foi bem concreta: “Venha, amaldiçoe a Jacó para mim’, disse ele, ‘venha, pronuncie ameaças contra Israel!” (Números 23.7). Balaão, chegou a sua hora! Com olhar extasiado, visionário, e voz profeticamente clara, ele anunciou: “Eu o vejo, mas não agora; eu o avisto, mas não de perto. Uma estrela surgirá de Jacó; um cetro se levantará de Israel. Ele esmagará as frontes de Moabe e o crânio de todos os descendentes de Sete.” (Números 24.17). E acrescentou: “… Edom será dominado; Seir, seu inimigo, também será dominado, mas Israel se fortalecerá. De Jacó sairá o governo; ele destruirá os sobreviventes das cidades. Finalmente pronunciou este oráculo: Ah, quem poderá viver quando Deus fizer isto?” (Números 24.18-19,23).

Que pavor! O plano de Balaque foi transformado exatamente no contrário do que ele queria. À clara luz do dia, Balaão viu profeticamente a estrela de Jacó. O mestre feiticeiro foi obrigado, contra sua própria vontade, a servir de instrumento de Deus para proclamar bênção sobre Israel ao invés de maldição, e para anunciar o plano divino de salvação! A seguir, lemos o relato objetivo e sóbrio: ” Então Balaão se levantou e voltou para casa, e Balaque seguiu o seu caminho.” – Números 24:25. Dois humilhados, dois grandes transformados em pequenos, bateram em retirada depois de colidirem com a vontade de Deus!

A profecia de Balaão sobre a estrela de Jacó começa com as palavras: “Eu o vejo, mas não agora; eu o avisto, mas não de perto.” – Números 24.17. Evidentemente ele ainda não podia reconhecer sobre quem falava essa profecia, pois 1.500 anos o separavam de seu cumprimento. O mesmo também aconteceu com Agur, que chegou aos limites dos céus com suas perguntas, quando questionou: ” Qual é o seu nome, e o nome do seu filho? Conte-me, se você sabe!” – Provérbios 30.4. Isso é profecia encoberta. Pois a prova da veracidade de uma profecia é sempre unicamente o seu cumprimento. Mas o que a Bíblia diz sobre o futuro jamais estará sujeito a engano. No proto-evangelho (Gênesis 3.15), Ele foi prometido pelo próprio Deus: da semente da mulher viria o Salvador. E no meio do Plano de Salvação Ele realmente apareceu em figura humana: “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei.”  – Gálatas 4.4.

Por: Pr. Elias Ferreira Alves

Fonte: Sou da Promessa

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