A cruz é insubstituível

“Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus”. (1 Coríntios 1.18)

 A cruz de Cristo é a matéria mais subversiva que campeia nos limites do pensamento humano. Não há tema que perturbe mais a coerência da lógica e cause tantos desacordos, inconformidades, polêmicas e perseguições como a mensagem oriunda da cruz.

Para o homem natural a proclamação de Cristo crucificado é uma alienação mental, fruto de um desatino insano, insustentável e extravagante. Entretanto, a mensagem da cruz é um projeto que precede a fundação do mundo. É um plano elaborado pelo raciocínio de Deus, que visa anular a elevação dos sentimentos de grandeza, produto da altivez do pecado. Como um perfeito arquiteto, Deus já previu o escape, antes que houvesse o acidente. Ele idealizou a saída de emergência, antes que surgisse a possibilidade do incêndio. Foi dentro de um enfoque abrangente, que o apóstolo Pedro disse: “Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver que lhes foi transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito, conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês.” – 1 Pedro 1.18-20.

A cruz não é incidente de percurso, nem um acidente na história. A graça de Deus já havia providenciado uma alternativa ante a realidade possível do pecado. João, na revelação que teve na ilha de Patmos, fala do Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo – Apocalipse. 13.8b. Não resta dúvida que a cruz fazia parte dos propósitos de Deus, e que, o plano de Deus para a salvação não é uma decisão para remediar uma situação; ele Antecede a obra da criação. Deus não foi surpreendido pela presença do pecado, nem teve que improvisar uma alternativa inesperada, para o sobressalto de última hora.

A cruz é o único caminho para a coroa. Ela reflete uma verdade singular, capaz de atingir profundamente o núcleo do egoísmo humano. A grande mensagem do cristianismo deriva substancialmente dos efeitos eternos da cruz. Sua abordagem é o tema mais relevante de toda a Bíblia. Podemos nos pronunciar sobre todas as matérias da Bíblia, mas se descuidarmos da prédica que destaca Cristo crucificado, omitiremos a mensagem que engloba o poder de Deus e manifesta a sua sabedoria eterna e soberana. A ênfase na pregação de Cristo crucificado é o assunto de mais urgência e que requer insistência e persistência. O apóstolo Paulo radicaliza sua posição com estas palavras: “Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês. Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.”  – 1 Coríntios 2:2-5.

Os inimigos da cruz de Cristo tentam por todos os motivos crucificar a cruz, com a sua pregação. E a tática mais requintada desta estratégia é desfazer o escândalo da cruz ou pretender anular o seu valor. A Bíblia mostra que “Os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.” – 1 Coríntios 1.22-24.

O perfil do religioso é percebido pelo fascínio que nutre em face do miraculoso. Se há prodígio, ai prolifera o espírito da religiosidade. Na outra ponta, o mundo busca a eloquência da sabedoria. As explicações e os significados assumem o comando da existência, de tal modo, que ter orgulho do que se sabe é demonstração da maior ignorância. Entretanto, os que creem no Evangelho pregam a Cristo crucificado, escândalo para o religioso que prioriza milagres, loucura para o secularizado especulador; contudo, poder de Deus e sabedoria de Deus, para os que creem.

Assim sendo, como chamados por Deus, procuremos consagrar as nossas vidas ao Senhor para que Ele possa operar em nós o Seu querer e o Seu efetuar segundo a Sua boa vontade. Façamos de Cristo, Seu sacrifício e Sua ressurreição, nossa maior alegria, prazer, paz e celebração. 

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